História da fotografia de 1100 a 1800 – Parte 2

1100 – Abu-Ali al Hasan (965-1034), astrónomo e óptico árabe, na obra que publica, descreve a ideia da formação de imagens, através da utilização dos primitivos conceitos de câmara escura (muito próximo do que os seus sucessores, séculos a frente, chamariam de correcto).
1267 – Roger Bacon (1214-1294), filósofo inglês, utiliza o método da câmara escura para observar eclipses solares, sem danificar os olhos.
1500 – Robert Boyle observa que o cloreto de prata fica preto quando exposto à luz, mas interpreta que este fato acontece pela acção do ar (ao invés da acção da luz).
1520 – Leonardo da Vinci (1452-1519), italiano, deixa a descrição mais completa do período pré-industrial do processo de aparecimento de uma imagem invertida numa “câmara escura”, no seu livro de notas sobre os espelhos, que é publicado em 1797.
“A imagem de um objecto iluminado pelo sol penetra num compartimento escuro através de um orifício. Se colocarmos um papel branco do lado de dentro do compartimento, a uma certa distância do orifício, veremos sobre o papel a imagem com as suas próprias cores, porém invertidas, devido à intersecção dos raios solares”.
A câmara escura, na época, passou a ser um importante método auxiliar utilizada por pintores e projectistas. Uma folha de papel ficava presa à parede onde a imagem era projectada ao contrário e o artista a “fixava” desenhando os seus contornos.
1526 – Fabrício, alquimista da idade média, relata que o composto cloreto de prata enegrecia quando exposto à luz.
1545 – Reiner Gemma Frisius, físico e matemático holandês, faz a primeira ilustração do processo da câmara escura.
1553 – Giambatista Baptista della Porta (1541-1615), físico italiano, mesmo indo contra os interesses da igreja, aperfeiçoou o desenho da câmara escura, no seu livro Magia Naturalis sive de Miraculis Rerum Naturalim.
1558 – Geronomo (Girolano) Cardano, físico italiano, soluciona o problema de nitidez da imagem ao sugerir o uso de lentes biconvexas junto ao orifício da câmara escura.
1558 – Danielo Barbaro, também, menciona no seu livro “A pratica da Perspectiva”, que variando o diâmetro do orifício, é possível melhorar a imagem.
1580 – Friedrich Risner descreve uma câmara portátil, mas a publicação só é feita após a sua morte na obra Optics de 1606.
1604 – Ângelo Sala, cientista italiano, observa que um composto químico a base de prata escurecia quando exposto ao Sol.
1620 – Johann Kepler, durante uma viagem pela Alta Áustria, utiliza uma tenda para desenhos topográficos, utilizando uma lente e um espelho, para obter uma imagem sobre um tabuleiro de desenho no interior da câmara.
1676 – Johann Chirstph, professor de matemática da Universidade alemã de Altdorf, na sua obra Collegium Experimentale sive curiosum, descreve e ilustra uma câmara escura que utiliza interiormente um espelho a 45° que reflecte a luz, vinda da lente, para um pergaminho azeitado, colocado horizontalmente. Desta forma, cria o primeiro aparelho portátil de câmara escura. O grande quarto, com espaço para um homem trabalhar transforma-se numa pequena caixa. Quase duzentos anos depois do Fabrício, o alquimista, ainda acreditava que a prata ficava preta por estar velha.
1727 – Johann Heirich Schulze, professor de anatomia de Altdorf, descobre e comprova que o fenómeno do enegrecimento da prata se deve a incidência da luz.
1777 – Karl Wilhem Scheele, químico sueco, estudou a reacção do Cloreto de Prata, as diversas radiações do espectro e sugere o uso de amoníaco como fixador.
1780 – Charles, físico francês, com base nas experiências anteriores, projectava objectos sobre uma folha de papel impregnada de cloreto de prata (algo muito semelhante a uma técnica básica utilizada até hoje em trabalhos artísticos – FOTOGRAMA).
1790 – Thomas Wedgood, obtém grande sucesso na captação de imagens, sobre um pedaço de couro branco, mas os traços não sobrevivem. Nesta época, ele não conhece uma técnica eficiente para fixar a imagem.

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