Uso de lentes manuais na fotografia



No mundo de hoje vivemos um caos digital ao que diz respeito a equipamentos fotográficos e a quantidade absurda de fotografias realizadas apenas no intuito de preencher um espaço dito como vazio. A busca constante pelo aperfeiçoamento e disputas de colocações nas mídias sociais.
Caímos no vício de aquisição de equipamentos (SAE), uma obsessão de os ter sempre atualizados, sejam: câmeras, lentes e etc. (em uma outra matéria entraremos em detalhes sobre este “vício”).
Quando pensamos em lentes manuais, recorremos as lembranças das lentes antigas, chamada de lente vintage. Muitas delas estão no mercado a mais de 50 anos, e ainda assim, mesmo com a idade avançada ainda entregam qualidade de imagens surpreendentes em um corpo sólido, feito de metal com uma ótica de cristal puro. Naquela época tudo era feito para durar, quando a fotografia não tinha pressa, e um retrato custava uma tarde inteira de histórias com intervalos para um bom café entre amigos.
Existem diversas marcas no mercado atual. A lente manual, mesmo antiga, é de fato uma alternativa com um custo muito inferior ao que temos hoje, mas que entregam uma boa nitidez e um ótimo contraste e um flare diferenciado. Cada lente tem uma peculiaridade, só com tem um olhar clínico consegue perceber diferenças em seu bokeh.
As lentes mais comuns no mercado têm a baioneta de montagem M42, Leica R, onde temos uma maior facilidade de encontrar adaptadores para utilizarmos nas câmeras digitais.
Na maioria das vezes, ou quase sempre, os fotógrafos dedicados aos retratos artísticos as utilizam para criar uma textura e atmosfera diferente em suas fotos, com o intuito de recorrer a imagem a uma obra prima da pintura dos tempos antigos.
Ao utilizar estas lentes nos ensaios artísticos, conseguimos moldar a maneira como enxergamos tudo.
A paciência de focar manualmente, é como uma lapidação de um olhar, o tornando mais clínico, mais seletivo. A mente trabalha agora em sincronia com o coração e o espírito.
Chamamos de “ Lente com alma” pois trazem na sua ótica “defeitos” que deixam o bokeh circular em forma de espiral que as tornam “únicas”. Uma Atmosfera atemporal e onírica.
Mas é preciso tomar alguns cuidados na hora de escolher a sua lente manual.
Muitas delas, como falei acima, tem mais de 60 anos. Quase todas ou todas já passaram por algum tipo de manutenção, limpezas na ótica devido ao acumulo de sujeiras e/ou fungos, ou até mesmo substituição de algumas peças. Muitas delas por ser de metal, tem o barril desalinhado, óleo no diafragma, ou ausência dele e também as que não estão focando no infinito, (servindo apenas para uso macro) com o anel de foco duro e impreciso.
É preciso pesquisar bastante, tirar todas as dúvidas, pois algumas lentes mesmo com adaptador correto, o elemento traseiro pode se chocar no espelho (no caso de uma Canon 5DMKII) e os prejuízos podem ser maiores.
Abaixo algumas fotos feitas com estas lentes.





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