Fotojornalismo: um novo desafio a cada dia

Confira conversa com Eduardo Valente, profissional de fotojornalismo, que fala sobre os desafios da profissão e a satisfação do trabalho bem executado

Fotos: Eduardo Valente - Fotografia publicada no livro "O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro" - edição 2015
A cobertura de um acontecimento, a apuração de uma notícia e a veiculação dessa informação são etapas do jornalismo que precisam de dois formatos textuais para explicar de fato o que aconteceu: o texto propriamente dito e a imagem. É daí que conhecemos o fotojornalismo, profissão exercida por repórteres fotográficos que, todos os dias, têm a missão de explicar um acontecimento através de um frame, de uma única cena congelada. Não parece nada fácil. E realmente não é.
Manifestações contra o aumento da tarifa de transporte coletivo em Florianópolis/SC no ano de 2013.
Para retratar esse segmento diferenciado da fotografia – que lida com imediatismo, surpresas e muita preparação – conversamos com o fotojornalista Eduardo Valente. Sua trajetória começou em uma agência fotográfica de Florianópolis, onde trabalhava como programador. Envolto pelo ambiente, Eduardo começou a se interessar pela fotografia e descobriu a rotina sempre diferenciada da fotografia no jornalismo.
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Se arriscando nos cliques o fotógrafo partiu da agência local para agências nacionais, além de trabalhar também para o Jornal Notícias do Dia, experimentando o jornalismo noticioso do dia a dia. Hoje com a sua própria agência de fotojornalismo, junto com seu sócio Flávio Tin, Eduardo já participou de três edições do livro “O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro”, com quatro fotografias publicadas e nos conta um pouco mais sobre a sua profissão:
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Portal Photos: O que você mais gosta no fotojornalismo?
Eduardo Valente: O fotojornalismo me possibilita cada dia estar em um local diferente fotografando diversas coisas. E dentro do fotojornalismo o que mais gosto de fotografar é o hard news e esporte. A questão da adrenalina e o lance do momento me atraem muito.
Fotografia publicada no livro "O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro" - edição 2016. Acidente com ônibus na Serra Dona Francisca em Joinville/SC.
PP: O que você acha que é mais desafiador nessa profissão?
EV: Eu acho que o desafiador do fotojornalismo é você cada dia ter um assunto diferente para fotografar e muitas vezes você fica sabendo do mesmo minutos antes, ou no momento. Pautas factuais muitas vezes acabam acontecendo na sua frente e você tem que ter agilidade para sacar sua câmera, clicar e conseguir fazer uma boa foto para que o leitor do jornal, site, revista ou onde for publicado consiga compreender a situação.
Fotografia publicada no livro "O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro" - edição 2012
PP: No jornalismo a fotografia e o texto devem andar juntos para uma boa matéria e compreensão do leitor. Você concorda com isso?
EV: Eu assino embaixo, pois muitas vezes saímos para pautas que exigem muito dessa parceria do fotógrafo e repórter. Às vezes o repórter pode ter visto algo que você não viu ou você fez uma foto de algo que pode se tornar algo importante para o texto dele. Isso é a essência da reportagem, em minha opinião. Ter um texto e foto que se conversam.
Foto publicada no livro "O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro" - edição 2016. Turnê mundial de 40 anos de aniversário da banda Kiss em Florianópolis.
PP: Que conselho você daria para quem pretende ingressar na área?
EV: Persistência. Afinal o jornalismo diário está em fase de reformulações e os profissionais estão tendo sempre que se reinventar. Eu costumo dizer que fiz o papel inverso da grande maioria que começou em jornal e depois passou a trabalhar com agências. No meu caso eu comecei a trabalhar com agências e depois de anos comecei a trabalhar em redação. E acho que é um bom caminho, tentar trabalhar com agências, começar a cobrir pautas para ver como funciona esse segmento. E saber que mesmo com as dificuldades da profissão você estará com o sentimento de satisfação profissional no final de uma boa pauta.
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